segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Balanço da Série Arte e Cultura de Paz - 17/01 a 21/01/2011


O Programa Por Uma Cultura de Paz realizou, entre os dias 17 e 21 de janeiro de 2011, uma série de programas radiofônicos experimentais sobre Arte e Cultura de Paz. A programação foi transmitida ao vivo na Rádio Universitária FM 107,9 MHz da Universidade Federal do Ceará (UFC), de segunda a sexta, às 15h, e pôde também ser acompanhada pela internet no site www.radiouniversitariafm.com.br . A produção e a apresentação do Por uma Cultura de Paz é da radialista e jornalista Marta Aurélia, que contou naquela semana com a colaboração do músico e estudante de Comunicação Social/Jornalismo da UFC, Marco Leonel Fukuda.

A tônica das reflexões dessa série semanal era se a arte contribui ou pode contribuir para a cultura de paz. Então, se a arte contribui para a cultura de paz, de que maneira isso ocorre? Para cada dia, os convidados traziam essas reflexões gerais do fazer artístico, do trabalho cotidiano na cultura, além de conversarem sobre especificidades de suas linguagens artísticas, de detalhes dos seus projetos, das suas trajetórias. Tudo isso em um programa com uma hora de duração, dividido em dois blocos por uma edição radiojornalística do Universitária Notícia às 15h30.

A música também exerce um papel fundamental no programa Por uma Cultura de Paz. A música não é só recurso técnico para cobrir o silêncio (os "buracos" de locução, as pausas, a ausência da voz humana no sinal radiofônico) do qual o rádio tem pavor, para fazer as transições entre os quadros do programa e também não é jogada aleatória e despropositadamente no ar. É um aspecto relevante discutido na hora de produzir o programa, de elaborar a pauta, de se pensar a comunicação, o conteúdo do texto radiofônico, o jornalismo veiculado pelas ondas do rádio. A música é tratada como informação, quer seja pela mensagem cantada na letra, ou pela atmosfera gerada nas peças instrumentais, normalmente utilizadas como "BG" (background, ou seja, fundo musical para a fala). Música é informação estética, sonora que é complementar a informações oriundas das mais variadas fontes. A seleção musical forma uma teia de discursos, trama que dialoga com a temática do programa diário de rádio, com o desenrolar da entrevista, com os assuntos que são desenvolvidos nas falas do convidado, coordenado com as intervenções do locutor/radialista.

Na segunda, dia 17/01, o convidado foi o percussionista Daniel Leão, pernambucano, radicado no Ceará, músico e praticante do candomblé. A música selecionada para a abertura do programa foi o afro-samba "Canto de Xangô" de Baden Powell e Vinícius de Moraes, na voz de Monica Salmaso. A temática do programa era arte e espiritualidade, com ênfase na música. Valores como tolerância religiosa, respeito às diferenças e à diversidade cultural foram trazidos como caminhos para a promoção da paz. Daniel Leão levou o seu atabaque e executou ao vivo ritmos característicos para os orixás Oxum e Exu, além do tradicional ritmo afro-brasileiro ijexá. Falou sobre práticas espirituais de candomblé, umbanda, espiritismo e suas relações com música, citando exemplos de religiosidade nos maracatus e nos afoxés. Foram entrevistadas por telefone a maestrina Izaíra Silvino e a cineasta Verônica Guedes. Izaíra Silvino falou da arte, que retrata a grandeza humana, e o canto coral como prática musical coletiva, projeto de sociedade possível. Verônica Guedes, organizadora do Festival ForRainbow de Cinema e Diversidade Sexual, comentou sobre a importância da não-discriminação, independente de raça, cor, credo, gênero, orientação sexual e convidou para o manifesto "A cidade é um bem público" no Theatro José de Alencar, pela revitalização e pela pacificação do centro de Fortaleza. A classe artística cearense dirigiu o seu apoio e a sua solidariedade à Luiza Perdigão, secretária do Centro, que sofreu ameaças por iniciativas de combate à pirataria e ao comércio ambulante. A música que encerrou o programa foi "Retumbante" de Edinho Vilas Boas, do CD do movimento Bora! Ceará Autoral Criativo. "Retumbante", no seu arranjo, faz uma junção de voz, palmas, percussão, batuque.

Na terça-feira, 18/01, os convidados eram a fanzineira Fernanda Meireles e o escritor e compositor Alan Mendonça. Ambos formaram-se em Letras e fizeram especialização em Arte-Educação, apaixonados por literatura e pela escrita de cartas. A música de abertura do programa foi "Ai que saudade d'ocê" de Vital Farias. A conversa fluiu entre palavra escrita, textos literários, até chegar na música novamente. Foi um programa leve, apesar de terem sido abordados temas complexos como os conflitos interiores do artista no momento de criação, a obra de arte que não revela o caráter de conduta do criador, as dificuldades de acesso a recursos, a limitação de espaços para arte, as perspectivas e os desafios para o trabalho artístico autoral. Fernanda sugeriu a valsa "Arlequim" de Ayrton Pessoa, do grupo Os Argonautas e dedicou a uma amiga que estava doente no Rio de Janeiro.

Na quarta-feira, dia 19/01, a convidada era a escritora, artista plástica Ana Waleska Maia, formada em Direito, que falou sobre o feminino, arte e questões de gênero. Sorteou dois livros de sua autoria para os ouvintes que ligaram e participaram do programa. A convidada abordou desde assuntos da seara jurídica, dos direitos, acesso à justiça, bem comum, pacificação dos conflitos da sociedade, até a sensibilidade feminina, a arte como atividade para o ser humano estabelecer o seu lugar no mundo, uma manifestação do espírito criativa e existencial. O background do programa era a trilha sonora do filme "O fabuloso destino de Amélie Poulain" do compositor francês Yann Tiersen. Badi Assad, grande violonista brasileira, tocou "Emotiva n°1" de Hélio Delmiro. No final do programa, ouvimos "Solo feminino" de Pingo de Fortaleza e Alan Mendonça, cantado pelo quinteto vocal feminino Cinco em Ponto.

Na quinta-feira, dia 20/01, os convidados eram Gilano Andrade, coreógrafo da EDISCA, e o professor indiano Harbans Arora, físico quântico, professor aposentado da UFC. O BG era de peças do violonista e compositor cearense Manassés de Souza, que também compõe trilhas sonoras para os espetáculos de dança da EDISCA, uma entidade que realiza há 19 anos um trabalho de inclusão social através da arte com jovens da periferia de Fortaleza. A EDISCA estava no mês de janeiro em cartaz com o seu mais novo espetáculo, "Sagrada", no Teatro do Shopping Via Sul e houve espaço no programa para falar do projeto, divulgar a agenda e convidar os ouvintes.

"Sagrada" também foi objeto de uma matéria aqui no blog Cultura Ciliar, de um espetáculo de dança que fala da relação da arte com o meio ambiente, do ser humano com a natureza e todos os seres vivos.

O prof Harbans Arora falou de tomarmos C.A.F.É (reunirmos ciência, arte, filosofia e espiritualidade com "e" acentuado). O professor falou de como a civilização ocidental, que costumeiramente realiza divisões de todos os tipos, separou muito os hemisférios do cérebro humano, utilizando muito mais o lado esquerdo do cérebro, analítico, racional, do raciocínio lógico, em detrimento do direito, das emoções, dos sentimentos, da subjetividade. É preciso uma integração dinâmica entre esses dois hemisférios, como no caso de bater palmas, em que juntamos os dois lados em equilíbrio dinâmico, ao invés de equilíbrio estático de mãos reunidas para a oração, para a reverência religiosa. O professor Harbans sugeriu a música "Graça divina" de Gilberto Gil, comentando no trecho da letra: "um pé na farmácia, outro no amor", a harmonização da Medicina racionalizada, do intelecto com o amor, o lado sentimental. No programa, continuamos a conversar sobre desenvolvimento humano, formação humana, educação, paz, arte, cultura, até Marta ter a ideia (aquele insight, momento de inspiração, de presença de espírito) de arrematar a edição de quinta com "O som da pessoa" de Gilberto Gil e Bené Fonteles ("toda pessoa boa soa bem"), encontrando pelo computador essa música no acervo da rádio.

Sexta-feira, dia 21/01, último programa da Série Arte e Cultura de Paz, foi sobre teatro. Marcelo Drummond e Beto Mettig foram convidados para falar sobre a vinda do Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, grupo de SP, dirigido por Zé Celso Martinez Correia há 52 anos.

Aqui no blog Cultura Ciliar há uma postagem da carta aberta que Zé Celso enviou ao governador do Ceará, Cid Gomes, e outra postagem sobre a temporada de janeiro 2011 do Teatro Oficina aqui em Fortaleza.

O ator, diretor teatral e professor do curso de Artes Cênicas do IFCE, Thiago Arrais, também foi convidado para o programa. Na seleção musical, canções de Letícia Coura, cantora e também atriz do Oficina, além de Hermeto Pascoal no BG. Na semana seguinte, o Teatro Oficina apresentou quatro dias de ritos-espetáculos no Centenário Theatro José de Alencar com a série Dionizíacas. A proposta do Teatro Oficina é trabalhar o Teatro de Multidão, acessível para muita gente ir ao teatro, como se fossem à praia ou ao estádio de futebol. Não há distinção hierárquica entre atores e plateia, o público é convidado a participar da peça encenada. Thiago Arrais fez o mestrado na Universidade de São Paulo (USP) sobre esse trabalho do Teatro Oficina e foi assistente de produção do grupo por dois anos. A conversa seguiu para a produção do teatro cearense, a organização da classe artística, que participou ativamente dos Fóruns Gerais de Linguagens Artísticas em 2010, que elaborou o Pacto pela Cultura no Ceará, petição pública online, aqui neste blog publicada na íntegra.

O ator Marcelo Drummond ressaltou que o teatro pode levar à realização da paz, por ser um exercício de alteridade, de representar papeis de todo o espectro de sentimentos e personalidades do ser humano, de pensar e sentir, se colocar no lugar de outro. O ator, dependendendo do trabalho, prosseguiu Marcelo Drummond, pode interpretar desde um serial killer até um pacifista como Mahatma Gandhi, Martin Luther King ou Nelson Mandela.

Foi uma semana intensa de aprendizado, de se fazer na prática um programa de rádio, aplicando conhecimentos adquiridos nas aulas de Jornalismo da UFC. O aprender se fez possível observando as falas dos convidados, atendendo os telefonemas, para anotar comentários, perguntas dos ouvintes, nome, ocupação, bairro de origem de quem recebia em casa, no trabalho, ou no trânsito o conteúdo que estava sendo transmitido pela Rádio Universitária. Foi muito interessante notar o amplo alcance que o rádio possui como ágil e barato meio de comunicação de massa que, apesar de inicialmente ter sido criado para fins militares, bélicos, houve uma radical e contrária mudança em sua utilização através de iniciativas como a série radiofônica que acabamos de descrever, circunstância na qual podemos veicular uma seleção musical cuidadosa, variada, uma produção de pauta elaborada, um texto radiofônico bem redigido e tratar de assuntos como arte e cultura de paz.


Marco Leonel Fukuda
Músico e estudante de Jornalismo.

Para saber mais:

Site da Rádio Universitária FM - Universidade Federal do Ceará (UFC)
http://www.radiouniversitariafm.com.br/oktiva.net/2213/?pagOrigem=pagCapa&idWebSite=2213&acao=mostrarMateria&idNota=160650

http://culturaciliar.blogspot.com/2011/01/fonte-httpwww.html

Foto: www.acertodecontas.blog.br

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Cinema - 127 horas é Significativo




Se você achou Na Natureza Selvagem triste, você vai achar 127 horas recompensador, avassalador e não sentirá falta da bola de vôlei que o Tom Hanks apelidou de Wilson em O Náufrago, pois Aron Ralston - (que história fantástica a dele hein) muito bem interpretado por James Franco, que sinceramente ainda não aprendi a gostar de tal pessoa nas telonas, mas este trabalho sem dúvida foi o melhor dele, excelente, bom, mas enfim, - dialoga com ele mesmo naquela solidão que fez ele pensr nas coisas erradas que fez, nos desafetos, na insegurança de ir adiante, em sua família. Ele era um Supertramp sem causa, que por um descuido, uma má sorte o levou a ficar preso num pedregulho, não conseguindo tirar seu braço dali. A grande história de Aron é ele mesmo ter cortado seu braço depois de 127 horas naquela fenda deixada pela própria natureza no John Blue Canyon nos Estados Unidos. 1 hora e quarenta e poucos minutos de pura pressão. A água acabando, sem comida, sem conseguir proteger-se do frio, só seus pensamentos e sua filmadora. Danny Boyle, que colocou o cinema da Índia em todo mundo, trouxe uma equivalência para este tipo e enredo, colocando mais de uma imagem em um único plano, e que possamos entrar com o sofrimento do Aron (graças a James Franco também, isso é importante dizer). Uma trilha sonora maravilhosa A.R Rahman que só questionável quando esccuto o cd de Eddie Vedder ou a trilha de Amelie Poulain. Mais uma obra de pura segurança, de preparo, de fotografia que explora o Canyon, de musicalidade, de paixão, de amor à natureza, à arte, ao cinema.

Nota: 8,5

Apesar do brilho das medalhas nas Olimpíadas de Pequim



As Olimpíadas de Pequim têm sido um acontecimento marcante. O país que está sediando os Jogos Olímpicos este ano, a China, vem se mostrando para o mundo de uma maneira cada vez mais opulenta. A terra de Kublai Khan, Confúcio, Sun Tzu e Mao Tsé-Tung está se dispondo para realizar a maior edição das Olimpíadas da Idade Moderna, quem sabe, a maior dos últimos tempos. Além da cultura tradicional milenar admirada no mundo inteiro, o gigantismo do povo chinês - ou megalomania, dependendo da perspectiva - e o vertiginoso crescimento econômico são fatores impressionantes dos anfitriões das competições. O simbólico das Olimpíadas, claro, extrapola o seu aspecto meramente desportivo e pode ser analisado por diversos outros ângulos, principalmente ao se tratar de um país tão paradoxal como a China.

O mundo está embevecido com o fulgor das Olimpíadas, ofuscado pelo brilho da tocha homérica da Abertura dos Jogos e das medalhas, e a atenção da opinião pública e da mídia internacional está voltada para questões como quadros de medalhas, as etapas dos torneios, o desempenho dos atletas de alto rendimento. O foco para outras questões recorrentes na China foi momentaneamente desviado. Enquanto homens e mulheres de porte atlético - “mens sana, corpore sano”. “Mens sana” em tempos de “doping”? - recebem aplausos de amantes do esporte espalhados pelo globo, há outras questionamentos que precisam ser feitos. A China, que atualmente tem liderado o quadro de medalhas, crescido sua economia quase dez por cento ao ano, é um regime ditatorial que, em pleno século XXI, desrespeita os direitos humanos e mesmo assim tem um assento permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), instituição que declarou esses direitos em vários tratados internacionais.

O socialismo de mercado, que vem sendo implantado desde a década de 80 do século passado, no governo Deng Xiao Ping, resistiu à queda da União Soviética, e tem se adaptado ao capitalismo, gerando um novo modelo econômico e político, com grandes repercussões. Poderíamos chamar de “chinocracia”, já que conciliar as idéias marxistas e as doutrinas do capital à chinesa é algo até então inédito para a humanidade. Ao escolher uma via alternativa, os burocratas da cúpula do Partido Comunista Chinês optaram em abrir um país imenso para os empresários do Ocidente, (mas ainda mantendo o cerco de uma ditadura que completará sessenta anos no ano que vem) que antes era isolado por barreiras culturais e diplomáticas maiores que as Grandes Muralhas. Mão de obra abundante e barata em função da injusta legislação trabalhista do regime chinês, total descaso com os recursos naturais, altos investimentos das multinacionais de países que se dizem defensores da democracia e da liberdade: são apenas alguns dos fatores que envolvem a dialética do crescimento daquela que se prepara para ser a próxima grande potência mundial.

Os atletas chineses, que têm se destacado nessa edição dos Jogos Olímpicos, tem feito uma forte propaganda ideológica do regime. Todavia, a China é um país que paga salários injustos aos trabalhadores e os explora com longas e exaustivas jornadas de trabalho, que não tem livre expressão de pensamento, tampouco liberdade de imprensa ou sequer pluralismo político, mas ousadamente se veste como república popular. O crescimento da China não é sustentável, e o preço que os cidadãos pagam é muito elevado. O mundo precisa refletir mais sobre o sentido real dos aplausos que tem dado ultimamente.


Fortaleza, 2008.


Marco Leonel Fukuda é músico e estudante de Jornalismo.

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Texto escrito há quase três anos para o concurso de redatores do Jornal "A Balança" da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará.

O Guarda-chuva nos resguarda mesmo da chuva?




O guarda-chuva é uma das maiores mentiras já inventadas pela humanidade. É um artifício engenhoso, mas ineficaz, enganoso, contraditório, apesar de seus nobres propósitos e de sua boa intenção de nos guardar da chuva, de nos resguardar de gripes, resfriados e pneumonias, de nos manter secos enquanto nos deslocamos até o colégio, a faculdade ou o trabalho. Sinceramente, alguém já conseguiu essa proeza, essa façanha, esse feito heróico e inédito?

Não é o que se tem visto nesses últimos dias de chuva, de verdadeiras tempestades. O guarda-chuva, ardiloso e sarcástico, obviamente não tem contribuído para como o nosso dia-a-dia. Ironicamente, ele zomba de quem não pode se molhar nos seus trajetos, de quem precisa chegar seco a um entrevista de emprego, a uma reunião importante de negócios ou à aula de um professor exigente. Ainda que o tenhamos à mão, ou guardado na mochila, na bolsa, continuamos a chegar ofegantes, encharcados, ensopados, deixando poças d'água como rastros nossos pelos caminhos, pelos azulejos polidos do escritório, pelo tapete felpudo da sala da casa da sogra.

Sofremos reprovação social por nos apresentarmos molhados nas ocasiões cotidianas. A culpa nunca é do guarda-chuva, do trânsito congestionado, ou do motorista sacana que passou intencionalmente naquela poça para nos dar um banho indesejado. É nossa mesmo, afinal, quem mandou comprar esse artefato imprestável daquele camelô suspeito ou naquela liquidação da loja de departamentos? E é fardo para quem é menos favorecido - dureza que vem da liseira -, pois tem que andar apertado no coletivo lotado, caminhar vulnerável em calçadas enlameadas (e até inexistentes em alguns casos), receber sol e chuva diretamente na testa. Quem não se molha é quem tem carro, motorista, e dinheiro para pegar um táxi ou pagar a taxa do estacionamento coberto.

28 de maio de 2009

Marco Leonel Fukuda é músico e estudante de Jornalismo.

Foto: http://www.achamarteblogspotcom.blogspot.com/

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Dança Flamenca no último final de semana em Fortaleza




O Grupo de Dança Tablado apresentou no último final de semana no Teatro Dragão do Mar o espetáculo "Religare" de Dança Flamenca. O espetáculo, concebido e dirigido por Graça Martins, fez uma colagem de projetos anteriores, além de apresentar novas coreografias, de um dos poucos grupos de dança do Ceará dedicado à pesquisa do flamenco, da dança dos ciganos da Península Ibérica, quem sabe talvez um dos poucos grupos de dança do Nordeste brasileiros envolvidos com essa temática.

"Religare" trazia vários números de dança flamenca, solos, duos, trios, conjuntos masculinos e/ou femininos em três quadros. "Religare" faz conexões temporais da nossa ancestralidade ibérica, dos colonizadores europeus, suas contribuições culturais para a América Latina, o violão, instrumento de cordas trazido por eles, que se sentiu confortavelmente em casa no Brasil.

O primeiro ato, com o fundo preto tradicional do teatro, apresentava os bailarinos em seus números iniciais. O segundo quadro descia um xale gigantesco, enfeitado com rosas vermelhas, e que dava prosseguimento às danças, que traziam variadas levadas rítmicas da música espanhola, que, em algumas momentos, pareciam com música caribenha, tangos argentinos, mas que mantiveram o potente violão flamenco, as características palmas, batidas de cajón, e melodias lamentosas dos gitanos castelhanos.

O terceiro e último quadro ou ato leva a plateia para uma praça, com aquelas românticas lamparinas, como as que vemos no Passeio Público de Fortaleza. A música era tocada ao vivo, com o cantaor Diego Zarcón, o violonista Jony Gonçalves (ou guitarrista, como se fala em espanhol) e o flautista Cleylton Gomes. Os músicos, extremamente habilidosos, de maduras técnica e sonoridade, alternaram a execução ao vivo com o som mecânico, e deram um toque de sofisticação para os números coreográficos de "Religare".

O espetáculo foi um tanto extenso, com uma hora e meia de duração, mas que impressionou o público, que aplaudiu de pé, pela fiel caracterização da dança flamenca, pela sensualidade, pelo capricho observado no figurino e no cenário, pelos precisos e seguros movimentos dos dançarinos do elenco do grupo Tablado.


Marco Leonel Fukuda
Músico e estudante de Jornalismo.

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Para saber mais:
http://grupotablado.wordpress.com/

Dança - EDISCA apresenta "Sagrada" no Teatro do Via Sul Shopping






"Sagrada" é o mais novo espetáculo da EDISCA - Escola de Dança e Integração Social da Criança e Adolescente - e está em cartaz até o final de janeiro de 2011 no recém-inaugurado Teatro do Shopping Via Sul, no cruzamento entre as avenidas Washington Soares e Oliveira Paiva, em Fortaleza.

A coreografia é assinada por Dora Andrade e Gilano Andrade, que coordenaram um elenco de 40 bailarinos, de idades entre 12 e 20 anos. A trilha sonora é do violonista e compositor cearense Manassés de Souza, que já compôs as músicas para outros dois espetáculos anteriores a "Sagrada": "Duas Estações" e "Mobilis". A trilha sonora de "Sagrada" é muito impactante, caprichada, coerente com a coreografia elaborada, e leva o público a diversos estados de consciência: relaxamento, contemplação serena com piano e cordas friccionadas (violinos e afins), até as vigorosas intervenções da percussão, dos efeitos eletrônicos de sintetizadores e do célebre violão de 12 cordas de Manassés.

Gilano Andrade foi um dos entrevistados na Série Arte e Cultura de Paz (entre os dias 17 a 21 de janeiro deste ano) do Programa Por uma cultura de paz, produção e apresentação Marta Aurélia na Rádio Universitária FM, série de cinco programas radiofônicos especiais da qual fui colaborador e assistente de produção.

"Sagrada" traz a sempre atual e necessária proposta do diálogo das artes com o meio ambiente, do papel da cultura na preservação da natureza. A água, a vida humana, a natureza são elementos sacralizados na dança dos jovens bailarinos da EDISCA. O cenário é de longos panos brancos, que permitem formar coxias para dividir o espaço cênico e um fundo para as projeções, responsáveis pelas transições do espetáculo.

A narrativa de "Sagrada" começa no oceano, no fundo das águas marinhas, de onde surgiram as primeiras formas de vida, e segue para o ambiente terrestre. Há uma cena importante nas cavernas, em que são retratadas as pinturas rupestres, a arte primitiva humana de cunho encantatório, divino, religioso, até a mudança de percepção simbólica do mundo, que ocorreu quando o homem estampa as mãos nas paredes das cavernas. Uma Vênus de Willendorf gira na mesma projeção da arte visual rupestre, como uma representação da Antiguidade do corpo feminino, da fertilidade, da geração da vida, que coaduna com a água, importante elemento discursivo de "Sagrada", que tornou a vida possível no planeta Terra.

Cenas marcantes do espetáculo mostram a interação dos bailarinos da Edisca com tecidos circenses e bandeiras translúcidas, que dão um efeito hipnotizante para a plateia. Com águas-vivas na projeção do fundo do cenário, somos automaticamente transportados para o fundo do mar; contemplamos os dançarinos em leve movimento de flutuação e chama a nossa atenção o envolvimento trazido pela iluminação.

A última cena de "Sagrada" é um gran finale digno de produções artísticas de altíssima qualidade. Um grande quadrado de linóleo branco forra o amadeirado do palco italiano do Teatro Via Sul, e com finas mangueiras furadas em partes estratégicas, o palco enche-se de água, que os bailarinos utilizam para surpreender a plateia no ato coreográfico de encerramento. Todos se banham, utilizam as conchas das mãos para delicadamente molharem as cabeças uns dos outros, pingos d'água se alternam com potentes jatos em cena. A água que estava como metáfora nas projeções chega para o primeiro plano cênico e deixou os expectadores maravilhados, que aplaudiram calorosa e emocionadamente quando "Sagrada" chegou ao fim.

A EDISCA está de parabéns não só pelo seu último projeto-espetáculo, mas pelo sólido trabalho realizado há 19 anos de desenvolvimento humano, inclusão social e educação com ênfase em arte para crianças e jovens da periferia de Fortaleza. Para você que está lendo esta crítica/postagem do Blog Cultura Ciliar, ainda não viu "Sagrada", ficou com curiosidade de ver, é uma ótima sugestão de programação cultural para o próximo final de semana, o último do mês de janeiro, final da 1ª temporada desse magnífico espetáculo da Dança do Ceará.


Marco Leonel Fukuda
Músico e estudante de Jornalismo
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Serviço

EDISCA apresenta "Sagrada"

Dias 14, 15, 16, 21, 22, 23, 28, 29 e 30 de Janeiro

Sextas de janeiro - 21h

Sábados de janeiro - Duas sessões - 18h e 21h

Domingos de janeiro - Duas sessões - 18h e 20h

Teatro do Via Sul Shopping

Ingressos: R$30 / R$15


Para saber mais:
http://www.teatroviasul.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=101%3Aedisca-apresenta-sagrada-no-teatro-do-via-sul&catid=4%3Anoticias&Itemid=8

http://www.edisca2010.blogspot.com/

www.edisca.org.br

Música - David Calandrine e Tom Drummond representam o Ceará no II Festival Nacional da ARPUB





O violonista e compositor David Calandrine, campeão do I Festival de Música da Rádio Universitária FM - 107,9 MHz - da Universidade Federal do Ceará - na categoria Música Instrumental, está representando o Ceará no II Festival de Música da Associação de Rádios Públicas do Brasil (ARPUB). O violonista, cantor e compositor Tom Drummond também está representando o Ceará no II Festival da ARPUB, foi também campeão do mesmo festival da Rádio Universitária FM, mas na categoria canção/música com letra.

No ano de 2010 foi a primeira vez que o Ceará participou do festival da ARPUB, tendo o festival da Rádio Universitária FM como etapa regional. O festival envolveu o Ceará inteiro, e trouxe à tona a criatividade dos compositores cearenses, veteranos ou novatos, que puderam divulgar suas obras através da rádio. Pudemos reviver o clima da era de ouro dos festivais, período em que compositores talentosos brindavam o público com verdadeiras pérolas e muito contibuíram para o desenvolvimento da música brasileira.

O festival da Rádio Universitária tinha uma banca examinadora de seis jurados que escolheram, de mais de 140 músicas enviadas, as 40 músicas aprovadas na 1ª fase, que abria espaços para votação popular via internet no site da Rádio Universitária, além de exibições na programação regular da rádio. A votação popular junto com o veredito do júri consagrou dez músicas vencedoras, cinco instrumentais e cinco canções, que vão compor um CD do I Festival de Música da Rádio Universitária FM a ser lançado em breve.

"Quase era um choro" de David Calandrine foi a música campeã da categoria instrumental e "Seu Santo", de Tom Drummond, a campeã da categoria música com letra.

Para votar nos compositores cearenses David Calandrine e Tom Drummond, acesse o site da Associação das Rádios Públicas do Brasil (ARPUB) - www.arpub.org.br - II Festival de Música da ARPUB

Para saber mais:
Entrevista David Calandrine - Rádio Universitária FM - Fortaleza/CE
http://www.oktiva.net/oktiva.net/2213/nota/160336

Entrevista Tom Drummond - Rádio Universitária FM - Fortaleza/CE
http://www.oktiva.net/site/2213/nota/160625
www.myspace.com/tomdrummond

Fotos: De cima para baixo - 1. Tom Drummond
2. David Calandrine
Extraídas do site www.radiouniversitariafm.com.br

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O preço de não escutar a natureza - Leonardo Boff



O blog Cultura Ciliar colheu esse texto do filósofo e teólogo brasileiro Leonardo Boff que está circulando pela internet em listas de e-mails e traz importantes reflexões sobre ecologia, mudanças climáticas, respeito ao meio ambiente, contextualizando com a recente tragédia das chuvas na região serrana do Estado do Rio de Janeiro.

O preço de não escutar a natureza

"O cataclisma ambiental, social e humano que se abateu sobre as três cidades serranas do Estado do Rio de Janeiro, Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, na segunda semana de janeiro, com centenas de mortos, destruição de regiões inteiras e um incomensurável sofrimento dos que perderam familiares, casas e todos os haveres tem como causa mais imediata as chuvas torrenciais, próprias do verão, a configuração geofísica das montanhas, com pouca capa de solo sobre o qual cresce exuberante floresta subtropical, assentada sobre imensas rochas lisas que por causa da infiltração das águas e o peso da vegetação provocam frequentemente deslizamentos fatais.

Culpam-se pessoas que ocuparam áreas de risco, incriminam-se políticos corruptos que destribuíram terrenos perigosos a pobres, critica-se o poder público que se mostrou leniente e não fez obras de prevenção, por não serem visíveis e não angariarem votos. Nisso tudo há muita verdade. Mas nisso não reside a causa principal desta tragédia avassaladora.

A causa principal deriva do modo como costumamos tratar a natureza. Ela é generosa para conosco pois nos oferece tudo o que precisamos para viver. Mas nós, em contrapartida, a consideramos como um objeto qualquer, entregue ao nosso bel-prazer, sem nenhum sentido de responsabilidade pela sua preservação nem lhe damos alguma retribuição. Ao contrário, tratamo-la com violência, depredamo-la, arrancando tudo o que podemos dela para nosso benefício. E ainda a transformamos numa imensa lixeira de nossos dejetos.

Pior ainda: nós não conhecemos sua natureza e sua história. Somos analfabetos e ignorantes da história que se realizou nos nossos lugares no percurso de milhares e milhares de anos. Não nos preocupamos em conhecer a flora e a fauna, as montanhas, os rios, as paisagens, as pessoas significativas que ai viveram, artistas, poetas, governantes, sábios e construtores.

Somos, em grande parte, ainda devedores do espírito científico moderno que identifica a realidade com seus aspectos meramente materiais e mecanicistas sem incluir nela, a vida, a consciência e a comunhão íntima com as coisas que os poetas, músicos e artistas nos evocam em suas magníficas obras. O universo e a natureza possuem história. Ela está sendo contada pelas estrelas, pela Terra, pelo afloramento e elevação das montanhas, pelos animais, pelas florestas e pelos rios. Nossa tarefa é saber escutar e interpretar as mensagens que eles nos mandam.
Os povos originários sabiam captar cada movimento das nuvens, o sentido dos ventos e sabiam quando vinham ou não trombas d’água. Chico Mendes com quem participei de longas penetrações na floresta amazônica do Acre sabia interpretar cada ruído da selva, ler sinais da passagem de onças nas folhas do chão e, com o ouvido colado ao chão, sabia a direção em que ia a manada de perigosos porcos selvagens. Nós desaprendemos tudo isso. Com o recurso das ciências lemos a história inscrita nas camadas de cada ser. Mas esse conhecimento não entrou nos currículos escolares nem se transformou em cultura geral. Antes, virou técnica para dominar a natureza e acumular.

No caso das cidades serranas: é natural que haja chuvas torrenciais no verão. Sempre podem ocorrer desmoronamentos de encostas. Sabemos que já se instalou o aquecimento global que torna os eventos extremos mais freqüentes e mais densos. Conhecemos os vales profundos e os riachos que correm neles. Mas não escutamos a mensagem que eles nos enviam que é: não construir casas nas encostas; não morar perto do rio e preservar zelosamente a mata ciliar. O rio possui dois leitos: um normal, menor, pelo qual fluem as águas correntes e outro maior que dá vazão às grandes águas das chuvas torrenciais. Nesta parte não se pode construir e morar.

Estamos pagando alto preço pelo nosso descaso e pela dizimação da mata atlântica que equilibrava o regime das chuvas. O que se impõe agora é escutar a natureza e fazer obras preventivas que respeitem o modo de ser de cada encosta, de cada vale e de cada rio.

Só controlamos a natureza na medida em que lhe obedecemos e soubermos escutar suas mensagens e ler seus sinais. Caso contrário teremos que contar com tragédias fatais evitáveis."

- Leonardo Boff

Foto - fonte: www.igrejinha.org.br (pesquisa através do buscador de imagens do Google)

sábado, 22 de janeiro de 2011

Música - Terreirada Cearense







Na noite de sexta-feira, 21 de janeiro de 2011, Geraldo Júnior, Forró de Raiz, Fulô da Aurora e Cocos do Norte animaram a Terreirada Cearense no SESC SENAC Iracema em Fortaleza. Foi um marcante encontro da cultura popular brasileira, nordestina, cearense, uma verdadeira celebração. Ao som de rabecas, alfaias, pandeiros, triângulos, batucadas dos tambores, vozes, o teatro do Sesc Iracema, lotado, acolheu gente para dançar ou simplesmente contemplar maravilhado a riqueza da música do Ceará, que floresce, que impressiona, apesar do irrisório apoio governamental para valorização, produção, difusão da cultura do nosso Estado.

Geraldo Júnior e Forró de Raiz, artistas do Cariri cearense, vieram a Fortaleza para lançar o CD "Warakdizã", terceiro disco do compositor Geraldo Júnior, grupo que tem mantido na Lapa no Rio de Janeiro, tradicional reduto do samba, do chorinho, da gafieira, a Terreirada Cearense, um pólo cultural, uma embaixada da cultura do Ceará. Um local que acolhe os nordestinos para ouvir música, dançar e com saudades recordar da sua terra natal, da região de sua origem. Na banda de Geraldo Júnior de ontem havia um baixista gaúcho, um saxofonista/flautista carioca, um guitarrista e um baterista baianos, cantor, percussionista e sanfoneiro cearenses, compondo um quadro diversificado da procedência dos músicos. A grandeza da música brasileira se revela nos quatro cantos do país, nas suas cinco regiões.

Fulô da Aurora e Cocos do Norte (grupo que voltou a tocar junto na ocasião de ontem apenas) fizeram participações nesse grande encontro que foi a Terreirada Cearense, para a reunião de músicos para a celebração da cultura local. Foi uma noite de muita festa e também de muita chuva em Fortaleza, o que não atrapalhou de forma alguma a animação, o entretenimento, o bailado dos que estiveram presentes.

Legenda - Fotos:
1. Fulô da Aurora
2. Cocos do Norte
3. Geraldo Júnior e Forró de Raiz
4. Logomarca da Terreirada Cearense

Site da Terreirada Cearense:
http://terreirada.multiply.com/

Sites de Geraldo Júnior:
www.geraldojunior.com.br/
www.palcomp3.com/geraldojunior
www.myspace.com/geraldojuniorcariri

Site da Fulô da Aurora:
www.fulodaaurora.com.br
Disponível novo cd "Querendo Tem"

Sites do Cocos do Norte:
www.palcomp3.com/cocosdonorte/
www.myspace.com/cocosdonorte
www.ninnoamorim.blogspot.com/

Gastronomia - Restaurante Dona Chica




Para quem anda diariamente pela Avenida da Universidade, pelo Centro de Humanidades da UFC, pelo tradicional bairro do Benfica em Fortaleza, há uma nova opção de restaurante, recém-inaugurado em 2010. É o Dona Chica, que traz uma proposta de fusão culinária da deliciosa comida caseira com uma balanceada variedade de saladas, além de espaço cultural de galeria para exposição de artes visuais e para apresentações musicais.

O almoço self-service (ou self-selfs, como dizia minha saudosa vó) é bastante diversificado, com preços razoáveis, uma síntese contemporânea de gastronomia, uma profusão de sabores, mas com alimentos do cotidiano, sem a arrogância, o pedantismo da maioria dos chefs de hoje em dia. O nome do estabelecimento é sugestivo; Dona Chica poderia ser uma mãe, uma avó, uma vizinha, até uma baiana com o seu tabuleiro de quitutes e iguarias, alguém com o talento e o carinho para preparar ingredientes, escolher temperos, a paciência de alquimista para fazer as combinações, as misturas necessárias, para servir pratos inesquecíveis.

Quem vai para o Dona Chica é acolhido em um ambiente aconchegante, silencioso, de bom gosto na decoração, no fundo musical, na disposição dos pratos, na escrita manuscrita dos nomes das porções que cobiçamos com olhos e olfato. É conquistado na sua primeira visita, com vistas a se tornar freguês assíduo, cliente para retornar à casa trazendo mais gente.

Carneiro guisado ao vinho é uma ótima opção, acompanhada de baião-de-dois, de uma paçoca levemente apimentada, macarrão parafuso, e o resto do prato ornamentado por vegetais dos mais coloridos, rúcula com tomate seco, salada de trigo, berinjela, alface, broto de feijão (moyashi), regados a azeite com ervas como alecrim, salsinha e manjericão. As opções são muitas, que não cabem no prato de quem lá almoça uma única vez.

Aquele que saboreia a comida servida no Dona Chica sai satisfeito, alegre por ter tido a oportunidade de experimentar uma produção gastronômica inovadora, mas que tem traços caseiros presentes no nosso imaginário. Não é uma refeição para sair cheio, empachado, pesado na digestão, para "forrar o bucho", como se diz coloquialmente, mas para sentir pena ao ver o prato limpo, para ter vontade de regressar ao restaurante em outras ocasiões.

O blog Cultura Ciliar recomenda o Restaurante Dona Chica, que se localiza na Avenida da Universidade, 2475, Benfica, próximo à FEACC-UFC.

Marco Leonel Fukuda
Músico e estudante de Jornalismo

Para saber mais:
(85) 3454-1182

www.twitter.com/donachicaresto

Guia Veja Fortaleza - http://vejabrasil.abril.com.br/fortaleza/restaurantes/dona-chica-45737

Portal Tembiú - Alimento de Alma: Espaço Cultural e Restaurante Dona Chica apresenta Artes Plásticas -
http://www.oktiva.net/oktiva.net/1209/nota/160480

Teatro Oficina Uzyna Uzona - Dionizíacas no Theatro José de Alencar de Fortaleza - CE



Clique para ampliar o cartaz.

O Blog Cultura Ciliar traz uma ótima sugestão de programação para a última semana de janeiro de 2011, quando o Theatro José de Alencar em Fortaleza recebe um dos mais importantes grupos da história do teatro brasileiro. O Teatro Oficina, que sai do Bixiga, bairro tradicional de São Paulo, para circular pelo Brasil inteiro, abre um precedente de maciço investimento de cultura em todos os lugares por onde passa. Inclusive, por, com muita dignidade e classe, ter cobrado a palavra dada do governador do Ceará reeleito Cid Gomes ("Engenheiro, o mais próximo de cultura que ele tem na vida é ser cunhado da atriz Patrícia Pillar", como se comenta nas bem-humoradas conversas de corredor da classe artística cearense), em uma incisiva carta aberta eletrônica, aqui neste blog publicada, o Teatro Oficina serve de exemplo, de um relato de caso para os artistas brasileiros defenderem seus trabalhos na interlocução com o Poder Público, na negociação com os governantes e a classe política do Brasil que, em sua maioria, nada entendem de arte e cultura.

Semana que vem teremos em Fortaleza uma programação acessível, gratuita, imperdível no Theatro José de Alencar. Para mais informações, o Teatro Oficina Uzyna Uzona tem os seguintes contatos de internet, redes sociais, blog, site, confira:

www.teatroficina.com.br

http://www.youtube.com/tvuzyna

http://twitter.com/teatroficina

http://qik.com/teatroficina

http://www.facebook.com/uzyna.uzona

http://blog.teatroficina.com.br/

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O Cultura Ciliar deseja a todos um Feliz 2011




O blog Cultura Ciliar celebra um ano de vida em 2011, e deseja a todos os seus leitores-internautas um Feliz Ano Novo, de muita saúde, paz, alegria, felicidade, preservação do meio ambiente, dignidade humana, arte e cultura. Estamos inaugurando um design de página novo, arrojado e interativo. 2011 será um ano de muitas postagens, extensa programação cultural, relativa estabilidade política (por ser um ano entre as eleições presidenciais - 2010 - e municipais - 2012). O Cultura Ciliar reafirma o compromisso de continuar produzindo conteúdo de qualidade de mídia alternativa, de divulgação de atividades culturais, de colaborações através de artigos, poemas, trabalhos artísticos diversos.

A todos, sonoros abraços,

Marco Leonel Fukuda e Demetrius Silva
Equipe do Blog Cultura Ciliar
www.culturaciliar.blogspot.com



A seguir, belíssimo texto do poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade:

Receita de Ano Novo


"Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre."

- Carlos Drummond de Andrade

Programa Por uma Cultura de Paz apresenta série radiofônica especial Arte e Cultura de Paz





Fonte: http://www.radiouniversitariafm.com.br/oktiva.net/2213/?pagOrigem=pagCapa&idWebSite=2213&acao=mostrarMateria&idNota=160650

Site da Rádio Universitária FM - Universidade Federal do Ceará (UFC)

17/01/2011 - Por uma Cultura de Paz apresenta série Arte e Cultura de Paz

A arte contribui ou pode contribuir com a paz no mundo? Essa é a pergunta básica da nova série apresentada pelo programa Por uma Cultura de Paz, intitulada Arte e Cultura de Paz. Do dia 17 ao dia 21 de janeiro, o programa se dedicará a responder a esta e a outras questões, através de entrevistas com artistas de várias linguagens, como música, dança, literatura etc.

Entre os convidados, estão confirmados Daniel Leão, Dora Andrade, Alan Mendonça, Ana Valeska Maia, Harbans Lal Arora, Fernanda Meireles, Thiago Arrais e Teatro Oficina. Durante esta semana, as edições contarão ainda com a colaboração do músico e estudante de Comunicação Social da UFC, Marco Leonel Fukuda.

O programa Por Uma Cultura de Paz vai ao ar a partir das 15h, na Universitária FM, com produção e apresentação de Marta Aurélia. Para participar, basta ligar 3366 7474.

Para ouvir a Rádio Universitária FM online, acesse www.radiouniversitariafm.com.br, no link "Clique para ouvir" no canto superior direito da página principal. Ou sintonize 107,9 MHz no seu rádio.

Carta Aberta do Teatro Oficina ao Governador do Ceará, Cid Gomes.


Um belo exemplo de mobilização política da classe artística brasileira, em uma carta aberta que circulou pela internet, e conseguiu impacto. O blog Cultura Ciliar teve acesso a esse conteúdo e torna-o público, através desta postagem. Não houve edição de nenhuma espécie para preservar a mensagem dessa carta aberta, inclusive sendo mantidas as letras em maiúsculas (caps lock), pela manifestação de protesto expressa nesse documento.

O Teatro Oficina fez parte do Rádio Debate de ontem, quinta-feira 20 de janeiro, e fará parte da mesa-redonda de hoje do programa Por uma Cultura de Paz, ambos da Rádio Universitária FM da Universidade Federal do Ceará.

Na semana que vem, de 24 a 27 de janeiro, o Teatro Oficina Uzyna Uzona irá fazer quatro dias do festival teatral "Dionizíacas". Será um evento histórico, aberto à população local, inesquecível para Fortaleza e para o Centenário Theatro José de Alencar.




Fonte: http://teatroficina.uol.com.br/menus/45/posts/433

CARTA DE Zé CELSO A CID GOMES, PELAS DIONIZíACAS EM FORTALEZA

09/01/2011


"Ió! Governador Brilhantemente Reeleito do Ceará
Cid Gomes

Desde seu 1º GOVERNO, em 2009, em que se iniciaram, dia 1º de junho, as COMEMORAÇÕES DO 1º CENTENÁRIO DO THEATRO JOSÉ DE ALENCAR, o Teatro Oficina Uzyna Uzona, de SamPã, foi convidado pelo então Secretário da Cultura e principalmente pelas sacerdotizas zeladoras desta OBRA DE ARTE DE CEM ANOS: Isabel Gurgel, e SiLêda a participar destas COMEMORAÇÕES com as AS “DIONIZÍACAS”.

“AS DIONIZÍACAS” são quatro peças, que foram o ano passado apresentadas de GRAÇA ao Público de 8 capitais brasileiras sob PATROCÍNIO DO MINC, em 8 diferentes ANFITEATROS DE ESTÁDIOS, por nós contruídos, para 2.000 pessoas, em bairros populares, pra onde corriam as elites culturais das cidades.
Mas não vamos fazer assim aqui em Fortaleza. Vamos realizá-las no THEATRO JOSÉ DE ALENCAR, comemorando seus 100 anos, fazendo da própria Arquitetura do Teatro, o Cenário das peças, considerando o THEATRO JOSÉ DE ALENCAR como OBRA DE ARTE.

Temos na nossa Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona duas linhas de trabalho:

1ª – em Anfiteatros de Estádio 2ª – em Obras de Arte

O Teatro Oficina, como o Theatro José de Alencar, é tombado também pelo IPHAN, e é tambem uma Obra de Arte criada por um dos maiores “arquitetos” do século XX: Lina Bo Bardi. Ela fazia questão que a qualificassem como “arquiteto”. Lá o próprio espaço é tomado como Cenário de nossas peças.

Iniciamos AS DIONIZÍACAS em nosso Espaço Obra de Arte e depois adaptamos AS DIONIZÍACAS para 8 Pontos Urbanísticos Populares, em cada capital, dentro da linha em que buscamos as MULTIDÕES, num retorno ao momento mais poderoso da Arte-Feitiçaria do Teatro: o do TEATRO para TODA A CIDADE: “O ANFITEATRO DA TRAGÉDIA GREGA” com as peças-ritos, que chamamos nossas ÓPERAS DE CARNAVAL DA TRAGYCOMÉDIORGYA.

Estas peças serão RECRIADAS ESPECIALMENTE para o José de Alencar:

1 – “TANIKO”, um NÔ BOSSA NOVA TRANS ZEN IKO antropofagiando o Antigo Teatro Budista Japonês: o NÔ comido pela YOGA REQUEBRADA DA BOSSA NOVA DE SÃO JOÃO GILBERTO, iniciando a viagem das DIONIZÍACAS docemente, com esta peça para crianças de todas as idades.

2 – “ESTRELA BRAZYLEIRA A VAGAR – CACILDA!! – 2ª peça da TEATRALOGIA CACILDA!, CACILDA!!, CACILDA!!! (TBC), CACILDA!!!! (TCB). Esta segunda peça das DIONIZÍACAS revive Cacilda Becker dos 20 aos 28 anos, iniciando sua carreira de Atriz Matriz do Teatro Brasileiro Contemporâneo, no Rio de Janeiro, ainda Capital do Brasil, nos férteis anos 40.
Nestes tempos em plena 2ª Guerra mundial formou-se a geração da Cultura que iria construir o BRASIL poderoso dos dias de hoje: Oscar Niemeyer, Villa Lobos, Cacilda Becker, Sérgio Cardoso, Grande Othelo, Darcy Ribeiro, Oswald e Mário de Andrade, Maria della Costa, Jardel Filho, Portinari, Bidu Sayão, Jorge Amado, Dorival Caymmi, e muitos outros criadores. Surgiram instituições como a RÁDIO NACIONAL, puxada por Emilinha Borba e Marlene, quando deu-se a MODERNIZAÇÃO DO TEATRO BRASILEIRO ainda em 1943 com Nelson Rodrigues encenado por Ziembinski em sua peça, “O VESTIDO DE NOIVA”, e Oswald de Andrade lançando seu “MANIFESTO DE TEATRO DE ESTÁDIO”.
Época em que se viveu a ALEGRIA DO FIM DA GUERRA, a instauração da DEMOCRACIA no BRASIL e o surgimento da famosa empresa cinematográfica ATLÂNTIDA, onde Cacilda Becker atuou como a 1ª TRÁGICA da empresa no filme com Grande Othelo “LUZ DOS MEUS OLHOS”.

3 – “BACANTES” – Origem do Rito Teatral de DIONÍSIOS, o deus do TEATRO, nossa 1ª ÓPERA DE CARNAVAL, em cartaz desde 1996. Nosso maior sucesso popular por replantarmos DIONÍSIOS, trazendo o Óbvio de que o TEATRO É TAMBÉM FILHO DE ZEUS, (porque não dizer aqui no Brasil, de DEUS) e não uma atividade descartável, enclausurada nos caros Palcos Italianos dos Shoppings , guetados por um Público consumidor dos ídolos de Novelas, que perdeu o ELO DA ARTE AO VIVO DO TEATRO COMO SEU PODER MÁGICO SAGRADO.

4 – “O BANQUETE”, de PLATÃO E SÓCRATES, numa INVERSÃO EM VERSOS, MÚSICA, COM A SABEDORIA DA INSÂNIA DO “AMOR CORPO-ALMA”, SERVIDA COM VINHO NUMA GRANDE MESA PISTA CERCADA DE COLCHÕES E ALMOFADAS. O Mito do amor sem a sexualidade que os monges da Idade Média transmitiram na tradução traidora do famoso “Symposium” de Platão como “Amor Platônico” somente espiritual, aqui, agora, é desmistificado e revelado como “AMOR ALMA E CARNE.”

Na Agenda do Theatro José de Alencar temos datas de 16 a 26 de Janeiro desde o ano passado. Chegaremos nós, os 60 atuadores do Oficina Uzyna Uzona dia 16, no próximo domingo e recriaremos especialmente para este espaço do José de Alencar, tratado como OBRA DE ARTE, a partir de nossa chegada, as “DIONIZÍACAS”.

Essas peças-ritos DIONIZÍACAS queremos fazer diferentemente no THEATRO JOSÉ DE ALENCAR:

- como fizemos por exemplo na PAMPULHA, “O BANQUETE”, no antigo CASSINO, hoje MUSEU, às 15h, deixando o SOL e o JARDIM de BURLE MARX VAZAR ALÉM DOS VIDROS DE NIEMEYER.

- como em INHOTIM, O GRANDE MUSEU AO AR LIVRE NAS MONTANHAS DE MINAS, NO LUXO DA FLORESTA TROPICAL , onde encenamos o “MANIFESTO ANTROPÓFAGO” de Oswald de Andrade na OBRA “MAGIC SQUARE”, de Hélio Oiticica, contracenando com o SOL das 15h até sua desaparição no horizonte.

- como na BIENAL de SAMPÃ, onde fizemos uma INVERSÃO DO “BAILADO DO DEUS MORTO”, de Flávio de Carvalho, que batizamos de “EXPERIÊNCIA Nº 6”, no HIMALAYA de OSCAR NIEMEYER, ainda a coisa mais bela da Bienal do ano de 2010.
Pois então, vamos montar as DIONIZÍACAS PARA EXALTAR O TEATRO JOSÉ DE ALENCAR .

Parte do PÚBLICO se acomodará em arquibancadas no PALCO, parte na PLATEIA E CAMAROTES, onde o CICLORAMA, através das câmeras de filmagem e dos VÍDEOS, criarão um ANEL MÁGICO VIRTUAL E ATUAL,CIRCULAR , com a PLATÉIA, AS FRISAS CAMAROTES,o ARCO ART NOUVEAU Q MARAVILHA O ESPAÇO e o TETO. As duas partes , a dos sentados nas Arquibancadas e aos na Platéia e Frisas, confrontar-se haõ .
As CORTINAS VERMELHAS ENTRAM A EM CENA COMO PERSONAGENS e nós os ATUADORES, ATUAREMOS por todo espaço, com o PUBLICO ATOR PRESENTE E VISIVEL, EMOLDURADO NA ARQUITETURA NOBRE DO THEATRO.
CENAS DE CINEMA AO VIVO ,VÃO ACONTECER NAS ARVORES BURLE MARXIANAS MAXIMAS DO JARDIM.E tudo que nossa Imaginação criadora, excitada na presença deste TERRITÓRIO CÊNICO VAI CRIAR PARA SER ELE ,O JOSÉ DE ALENCAR DE IRACEMA E DO GUARANI A GRANDE ESTRELA DESTAS DIONIZÍACAS.

Na madrugada de 4ª feira fui acordado pelo TROVÃO que abria o ano de IANSÃ e sua FALANGE DE ORIXÁS FÊMEAS. Esse foi NOSSO REVEILLON, NOSSO ACORDAR PARA O ANO NOVO. Acordamos e fomos: RODERICK HIMEROS o ator mais recentemente chegado ao OFICINA UZYNA UZONA e eu, para o THEATRO JOSÉ DE ALENCAR, em COMPANHIA DAS GUARDIÃS DESSE LOCAL SAGRADO: ISABEL GURGEL, SILÊDA, e o jovem Artista de Teatro cearense, THIAGO ARRAES. Namoramos muito o local do crime.

No fim daquela tarde encontramo-nos com SECRETÁRIO DA CULTURA PROFESSOR PINHEIRO que recebeu muito serenamente nosso entusiasmo, tendo nas mãos o PROCESSO que já conhecia e imediatamente nos disse que passaria para as mãos de V. EXCIA GOVERNADOR CID GOMES, afirmando que no dia seguinte, o de Reis, dia 6 de janeiro, nos daria a resposta da possibilidade praticamente certa de realizarmos este grande ACONTECIMENTO CULTURAL nas datas previstas.

Expusemos ao Professor que terminamos nossas atividades em SAMPÃ gloriosamente ocupando o EX-ESTACIONAMENTO DO BAÚ DA FELICIDADE que SILVIO SANTOS depois de 30 anos de Guerra, decidiu nos emprestar.

O TEATRO OFICINA FOI TOMBADO PELO IPHAN como PATRIMÔNIO ARTÍSTICO E CULTURAL DO BRASIL e a parecerista JUREMA MACHADO, CONSELHEIRA DO IPHAN E DA UNESCO, recomendou que o entorno do TEATRO SEJA COMPRADO OU DESAPROPRIADO PELO MINC para que a ASSOCIAÇÃO TEATRO OFICINA UZYNA UZONA POSSA COMPLEMENTAR O PROJETO “DO ARQUITETO” LINA BO BARDI, FAZENDO DO TEATRO OFICINA, UMA RUA DE PASSAGEM PARA UM “TEATRO DE ESTÁDIO”, UMA “UNIVERSIDADE POPULAR ANTROPÓFAGA”, UMA ÁREA VERDE: uma “OFICINA DE FLORESTAS” QUE CONTAGIE E REVITALIZE O BAIRRO DO BIXIGA CENTRO PERIFÉRICO POPULAR COSMOPOLITA E BOÊMIO DE SAMPÃ.

Os 60 ARTISTAS E TÉCNICOS QUE FAZEM AS DIONIZÍACAS ESTÃO em SEMI-FÉRIAS, desejando fazer as “DIONIZÍACAS” na PAUTA MARCADA NO THEATRO JOSÉ DE ALENCAR.

Até o final da semana que passou não obtivemos resposta, o que compreendemos dado aos trabalhos de implantação de seu NOVO GOVERNO.

Mas precisamos de uma decisão no início desta semana, pois os ARTISTAS DO OFICINA UZINA UZONA também entram num NOVO GOVERNO neste ano 1 da 2ª década do 3º MIlênio.

Vamos neste 2011 construir com todo o BRASIL uma NOVA INFRA para que possamos juntamente com a INFRA DO BRASIL CONSTRUIR OS ESTÁDIOS DA COPA, DAS OLIMPÍADAS e criar uma nova INFRA PARA A CULTURA, O TEATRO BRASILEIRO E MUNDIAL FAZENDO SURGIR A EPIFANIA DO 1º ANFITEATRO DE ESTÁDIO DE NOSSO TEMPO.

Vamos ter férias depois de um ano de trabalho transhumano e logo depois iniciar NOVAS PEÇAS-RITOS e principalmente a OBRA DE ERGUER NOSSA OCA, este 1º ANFITEATRO DE ESTÁDIO DE NOSSO TEMPO.

NESTE MOMENTO, ESTAMOS PRONTOS, COM AS DIONIZÍACAS ENGATILHADAS PARA QUE SE REALIZEM NESTES 1ºs DIAS DE SEU GOVERNO.

ATRAVÉS DESTA CARTA ABERTA, ESTAMOS QUERENDO MUNICIAR SUA AÇÃO COM O APOIO DE TODO POVO DO CEARÁ, DO BRASIL E DO MUNDO PARA Q NESTE TEMPO MÍNIMO, ESTE MILAGRE POSSA ACONTECER COMO PREVISTO.

NÓS MESMOS DA ASSOCIAÇÃO TEATRO OFICINA UZYNA UZONA, COMPRAREMOS AS PASSAGENS E SEREMOS REEMBOLSADOS E PAGOS DEPOIS DE REALIZARMOS NOSSO TRABALHO AQUI NO THEATRO JOSÉ DE ALENCAR.
PORTANTO HÁ TEMPO DE MANEJAR-SE O DINHEIRO VIVO DO ORÇAMENTO.

ACREDITO QUE SOMENTE OS MILAGRES OPERADOS ATRAVÉS DE ATITUDES AUDACIOSAS COMO AS Q TEM MARCADO SEU 1º GOVERNO REALIZAM AS TRANSFORMAÇÕES QUE O BRASIL NESTE MOMENTO ESTÁ PRONTO PARA VIVER.

A CULTURA NÃO É MAIS SUPER ESTRUTURA COMO MARX DEFINIU EM SEU LIVRO: “O CAPITAL”. A INTERNET EXPLODIU AS VELHAS RELAÇÕES TABUS DO CAPITALISMO SELVAGEM E PREPARA O TERRENO PARA UMA SOCIEDADE ONDE O CAPITAL SEJA O DO DINHEIRO COMO UM BEM PÚBLICO. E A JUSTIÇA MAIS FORTE QUE AS VELHAS LEIS.

A DEMOCRACIA NO GOVERNO DILMA ANUNCIA A VIDA COMO INFRA-ESTRUTURA. ANUNCIA UM CAPITALISMO DEMOCRÁTICO EM QUE A “MACROECONOMY” SERÁ A SUPER ESTRUTURA, CRIADA EM FUNÇÃO DO MEIO AMBIENTE PRESERVADO, AMPLIADO EM SUA RIQUEZA E DE UM CUIDADO DA VIDA QUE É ACIMA DE TUDO O SIGNIFICADO REAL DA PALAVRA CULTURA = CULTIVO, AGRICULTURA TAMBÉM DA ESPÉCIE HUMANA, QUASE EM EXTINÇÃO, ESCRAVIZADA À MAQUINA SEM DESEJO DA ESPECULAÇÃO FINANCEIRA.

CABE À CULTURA ESTOURAR OS TABÚS DAS VELHAS RELAÇÕES JUNTAMENTE COM A REVOLUÇÃO DIGITAL E GENÉTICA.

Estamos aqui agora, nestes dias, às portas de um MUNDO NOVO, para criá-lo.
Em nome “disto” peço que sintonize conosco, ARTISTAS DE TEATRO, CIRCO, DANÇA, CYBER TECNIZADOS, que somos responsáveis pelas ARTES CÊNICAS, AS ARTES VIVAS AO VIVO E QUE TEMOS POR PROFISSÃO ANTENAR NOSSO CORPO COM O MUNDO QUE AÍ ESTÁ OFERECENDO POSSIBILIDADES NUNCA SEQUER SONHADAS .

Como diz Cacilda Becker em “ESTRELA BRAZYLEIRA A VAGAR – CACILDA!!” : “UM DIA O MUNDO VOLTARÁ A COMPREENDER O VALOR INCOMENSURÁVEL DO TEATRO”
ESTE DIA CHEGOU.

A ARTE VIVA DO TEATRO É A DO PODER DA ESPÉCIE HUMANA DE TRANSUMANIZAR-SE, MUDAR A SI MESMO E ÀS ESTRUTURAS QUE AINDA AGRILHOAM NOSSO CRESCIMENTO.

CONTO COM SUA ESPERTA PERCEPÇÃO.

O drama acabou.
Assim começa a TRAGICOMEDIORGYA
José Celso Martinez Corrêa
diretor há 52 anos do Teatro Oficina Uzyna Uzona

EVOÉROS"