sábado, 10 de julho de 2010

O sonho do hexa fica pra próxima

Aconteceu na sexta da semana passada, o que, de alguma forma, já era até previsível, a seleção brasileira masculina de futebol foi eliminada da Copa do Mundo da África do Sul. Não só a seleção, com seus vinte e poucos jogadores e comissão técnica, mas quase duzentos milhões de brasileiros que assistiam foram eliminados também da grande festa do esporte que é febre nacional. A Holanda mereceu ganhar, é verdade, com talentosos jogadores como Sneijder e Robben, jogou de maneira competente, equilibrada emocional e taticamente e virou o jogo, apesar de ter começado atrás no marcador, com um gol de Robinho após um belo passe do volante Felipe Melo, que perdeu a cabeça sendo expulso algum tempo depois. O Brasil perdeu para a Holanda, seleção que já o eliminou antes na copa de 1990, mas que também por nós vencida nos embates das copas de 1994 e 1998 (semifinal eletrizante, com o goleiro Taffarel pegando dois pênaltis, eu me lembro bem). Mas, levemos na esportiva, porque "um dia é da caça, o outro do caçador" já dizia um sábio ditado popular, e precisamos nos conformar que não são sempre recheados de vitórias todos os dias da vida.

Quando somos derrotados, é preciso refletir para aprendermos boas lições e tentar não repetir os mesmos erros. E aqui cabem duras críticas ao trabalho que tem sido feito na seleção brasileira de futebol, que muito nos tem desapontado nos últimos anos, em especial, 1998, 2006 e 2010, apesar de uma alegria do pentacampeonato em 2002 intercalada nessas competições citadas.

No futebol, acreditamos que somos o suprassumo, a melhor seleção do planeta, por sermos pentacampeões, mas isso não basta. Assumimos uma arrogância da suposta hegemonia do futebol sul-americano (a Argentina de Diego Maradona nos acompanhou nesse raciocínio, diferente de Uruguai e Paraguai, também vizinhos e "hermanos latinos", mas que jogaram com garra, com sangue no olho e perderam honrosamente este ano), mas as copas de 2006 e 2010 têm tido times europeus como finalistas.

A seleção brasileira podia até ter um time que vinha jogando bem nas eliminatórias, na Copa América, mas que sucumbiu na falta de um projeto mais consistente, contando com um elenco composto quase exclusivamente de estrelas internacionais, escolhidos pelo lobby dos patrocinadores e atuam em times que quase não os liberam para treinar quando são convocados. E um time que não treina, não joga bem, isso é fato. Também não tivemos nesta copa uma equipe coesa, no sentido de jogar coletivamente, contando apenas com os talentos individuais, o que não garante sucesso em empreendimentos humanos realizados em grupo. Temos uma crença falsa, uma ilusão de que sempre que o Brasil joga futebol, não precisa somente jogar bem, precisa dar espetáculo, e isso é terrível, porque condiciona o nosso povo a ter a esperança direcionada a um esporte como o futebol, que é uma "caixinha de surpresas", instável, movediço, mutável como a própria vida.

Terminada a copa para a nossa seleção, começam as campanhas eleitorais da política, e o sonho do hexa fica para a próxima copa, em 2014, que será sediada aqui no Brasil. É preciso acordar para que nos preparemos para a escolha do próximo presidente da República, [que, ao contrário do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), é eleito democraticamente e o seu mandato é periódico], dos próximos governadores, senadores e deputados federais (de fato, é preciso renovar aquela vergonha que é o Congresso Nacional brasileiro). E um banho de realidade é sempre bom de vez em quando, para o Brasil preparar uma seleção mais competitiva para 2014, além de cuidar bem da casa, reformar não só estádios, mas também arrumar as cidades que sediarão os próximos jogos, melhorando o transporte público, a mobilidade urbana, a infraestrutura básica, gerando benefícios que perdurem para os cidadãos depois que a copa terminar e os turistas partirem.

domingo, 4 de julho de 2010

RECOMENDO TOY STORY 3



Em 1995, quando eu tinha meus 10 anos e já tinha visto Forrest Gump numa época que esperar pela Televisão exibir filmes que você não podia alugar por não ter dinheiro, aparecia uma fábrica de sonhos que se chamava PIXAR. Algo que era maravilhoso como a Walt Disney mas sem aquela musicais chatos (às vezes). Toy Story, uma história fabulosa de brinquedos que como razão para suas vidas era só de ser brincados. O cowboy Woody e Buzz Lightyear, os preferidos de seu dono Andy e sua trupe de bonecos encara o terceiro filme depois de 15 anos de vida e de PIXAR. 
A Pixar que todo ano nos entrega um presente nas salas de exibição e nunca, jamais, conseguiu fazer algo que não fosse impossível de amar. Toy Story 3 para mim já faz parte das melhores trilogias da história, melhor até que o clássico-mor O Poderoso Chefão (sem exageros).
A turma está num dilema: qual será o destino de todos ali diante de um Andy de 17 anos que está indo para a Universidade?! Woody é o único escolhido para ir com ele, mas os outros temiam o lixo, e por um descuido eles acabam indo pra frente da casa jogados numa sacola plástica de lixo. Com lembranças de outros clássicso de filmes de fuga, eles entram numa creche maldita liderada por um urso meigo e rosa chamado Lotso 9 e sem falar no Ken, o brinquedo conjunto da Barbie rouba as gags mais divertidas do filme - e o flerte sensacional do Buzz com a Jessie dançando as músicas que conhecemos do filme na versão em espanhol, por causa de um dispositivo encontrado no Buzz que ele vem na versão em espanhol.(muito bom, muito bom mesmo) A epopéia começa - minto - o épico já tinha começado hà quinze anos atrás. O que vemos aqui é emoção, a importância da amizade, a zona de conforto que todos nós lutamos para ter com nossos mais próximos, e muito divertido também, claro,  se não, seria outra coisa, mas não seria Pixar.
E de praxe, antes do filme sempre há um curta fantástico feito pelas cabeças pensantes da Pixar chamado Dia e Noite, talvez o melhor que já vi no longo destes anos onde sempre tem um curta genial, gostoso de assistir e eletrizante. Este é especial, contundente e recheado de esperteza e amor pela sétima arte. Uma arte que diverte e comove, Como o Sr. Walt Disney fazia muito bem.
Dizer que Toy Story configurou minha paixão por esta arte tão complexa (digo, por trás das câmeras tão absurda de achar que é possivel fazer cinema com gente tão estranha e querendo realizar algo por dinheiro ou algo assim) é dizer que Toy Story é um dos filmes mais importantes da história, e que O seu terceiro filme é excepcional, que se fechar com chave de ouro, será sim uma obra que muitos queriam ter feito, inclusive eu.
Obs: Não precisa ver em 3D caso você ache que a emoção está no tridimensional, o bacana é que os óculos escondem suas lágrimas diante de uma estória maravilhosa.

Nota: 10