Hoje, sábado, 10 de abril de 2010, é o dia "D" para a vacinação contra a Gripe "A" ou suína em 36 mil postos espalhados pelo território nacional. A gripe suína causada pelo vírus influenza H1N1, que, recentemente, assustou a opinião pública mundial. É mais uma doença causada pelo manejo inadequado dos animais domésticos pelo ser humano, por péssimas condições sanitárias nos sistemas produtivos de criação de animais. São casos em que descuido e irresponsabilidade se juntam à precariedade da fiscalização e à ganância desenfreada dos pecuaristas pelo lucro. Não esqueçamos do "mal da vaca louca" e da gripe aviária, apesar da "bola da vez" ser a gripe suína, que teve uma primeira onda epidemiológica no ano passado e que poderá ter um segundo momento de infecção generalizada em 2010. Por isso a importância capital da vacinação, que, no nosso país, é oferecida gratuitamente a todo cidadão brasileiro pelo Sistema Unificado de Saúde (SUS).
O que impressiona é a rapidez da síntese dessa vacina contra a gripe A, demonstrando a grande capacidade do ser humano de encontrar soluções para momentos de crise. Vale ressaltar que nessas questões de saúde pública, é preciso uma consistente mobilização política para a tomada de medidas eficazes de combate às doenças, o que frequentemente leva a um choque com os interesses econômicos das indústrias farmacêuticas, por exemplo, que comprovadamente se preocupam cada vez menos com a qualidade de vida das pessoas e a cura das mais diversas enfermidades. O blog Cultura Ciliar recomenda o filme "O Jardineiro Fiel" (2005), baseado no romance de John Le Carré e dirigido pelo notável cineasta brasileiro Fernando Meireles, que relaciona essa delicada questão da saúde pública com o ativismo em defesa dos direitos humanos.
Hoje pela manhã, dirigi-me ao C.S.F Rigoberto Romero, posto de saúde situado no bairro Cidade 2000, em Fortaleza. Há muito que não tomava uma vacina, e estava preparado, ao levar comigo um livro, para esperar numa provável e demorada fila para ser atendido em uma instituição de saúde pública.
Para a minha surpresa, fui prontamente atendido, e encaminhado a uma pequena sala na presença de três enfermeiras. De relance, olhei para uma delas preparando a injeção que eu iria tomar, não gostei do tamanho da agulha e perguntei se o processo era demorado (querendo perguntar implicitamente se era também indolor). Curioso que, mesmo depois de chegar à idade adulta, a gente ainda pode não se sentir muito confortável ao fazer exame de sangue, ir ao dentista ou tomar vacina, que são cuidados de saúde básicos e que periodicamente devem ser realizados. Após a imunização, senti o braço pesado, a mesma sensação de quando tomei vacina contra o tétano, e um pouco de sonolência. Mas nada de efeitos colaterais mais sérios, como muita gente temia. O Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, acalmou a todos ao defender publicamente a eficácia da vacina.
A campanha de vacinação de jovens de 20 a 29 anos, um dos grupos prioritários para a imunização, segue até o dia 23 de abril em qualquer posto de saúde ou posto volante instalado em shoppings, escolas, supermercados, entre outros de grande circulação de pessoas. Como muitos indivíduos nessa faixa etária trabalham e/ou estudam durante os dias úteis da semana, compondo relevante extrato da população economicamente ativa, a disponibilidade de horário é facilitada no final de semana, e as autoridades estão cientes disso. A prioridade dessa campanha também se volta para outros grupos de risco como idosos, gestantes e crianças menores de dois anos. A restrição da vacina se dá a quem não está com a sua vacinação em dia (faltando tomar a vacina BCG, por exemplo), a quem é alérgico a ovo e a quem convive com doenças crônicas.
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